Temos o dever moral de recordar as primeiras mulheres que travaram as lutas na época do feminismo que se tornou, depois, uma palavra que deixou de ser usada, porque passou a ser um pouco pejorativa, pois apelava mais para a diferença biológica da mulher. Mas foi um passo muito importante na luta pela igualdade de direitos, que mais tarde se conseguiu, uma luta que começou nos anos 30 do século passado e foi evoluindo nos anos 60 e 80 assumindo outras características.
Deixou de ser uma mera luta pela dignidade da mulher enquanto mulher biologicamente diferente do homem e passou a ser uma luta mais do ponto de vista sociológico, ou seja, a inserção da mulher na sociedade e aí passou a falar-se da luta pela igualdade de género. Houve uma evolução da condição meramente biológica para uma de direitos sociais. A luta pela igualdade do género temessa característica. É nessa luta em que nos encontramos hoje. EmAngola, o processo de emancipação da mulher, de conquista dasliberdades e garantias dos direitos também conheceu etapas e é justo nesta ocasião recordarmos o papel das mulheres nessas etapas.
Mulher mãe que tem a responsabilidade de cuidar de todos nós, mas sobretudo de garantir a transmissão de valores de geração em geração, de principios éticos e pela formação da personalidade até do carácter das pessoas. Mas as mulheres também desempenham um papel político desde muito cedo.Aluta de libertação emAngola teve uma presença indelével de mulheres. Hoje homenageamos em monumentos e fazemos peregrinações para homenagear as que lutaram pela nossa independência. Devemosrecordartambém a mulher trabalhadora que tem vindo a ocupar o seu espaço cada vez mais alargado na sociedade angolana.
Amulhertrabalhadora no campo que é comprovadamente maioritária, pois é ela quemsustenta a vida na família camponesa, e a mulher ao nível dosserviços públicos e privados que já conquistou umlugar de destaque. Ao nível dos serviços públicos, a mulher está presente em 35 por cento dos postos de trabalho. No que diz respeito ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, temos o orgulho de dizer que a mulher está presente em49 por cento.
Pode-se dizer que estamos praticamente ela por ela, ou seja, 50 por cento para cada lado. Isto é uma grande vitória, um grande motivo de orgulho para toda a família da justiça. No domínio dos cargos de direcção e chefia, ao nível das Delegações Provinciais do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, as mulheresrepresentam 27,5 por cento e ao nível do órgão central representam 26, 3 por cento. Temos que fazer um esforço para que a mulher conquiste maislugares de direcção e chefia. “Nossa secretária de estado deve constituirmodelo de inspiração” Anossa grande líder, a secretária de estado para os Direitos Humanos e Cidadania deve constituir um modelo de inspiração.
Conquistou pormérito próprio o lugar que ocupa hoje, não apenas no nosso ministério, enquanto membro do executivo, mas também nassuas atribuições politicas. Devemos seguir esses exemplos, inspirar-nos neles para que possamos pôr mais mulheres em cargos de direcção e chefia. Os dias 2 e 8 de Março também devem serrecordados pelas características próprias da mulher, de ser mais inclusiva do que os homens, por teremuma tendência natural para isso, e mais humanista, porque o seu envolvimento emocional é sempre maisforte do que o dos homens. Amulhertemqualidades e intuições como mãe e como protectora e é mais amorosa e carinhosa pela sua condição feminina, delicadeza e sensibilidade. São atributos que devemosreconhecer e porisso felicitamos. Vocês são merecedoras de todas as homenagens e mais algumas. Se todos os diasfossem dedicados à mulher, não seria demais. Apelo para que dediquemos todos os dias às mulheres.