Jornal de Angola
O posto de registo civil instalado na Maternidade Provincial do Cuando Cubango, regista diariamente, de forma gratuita, de oito a dez bebés recém-nascidos, informou ontem, na cidade de Menongue, a directora da unidade sanitária.
Delfina Jamba, que falava ao Jornal de Angola, lamentou o facto de muitos pais não se fazerem acompanhar de documentos pessoais, como o Bilhete de Identidade para efectuarem o registo de nascimento tão-logo que a criança nasça. Em consequência disso, Delfina Jamba esclareceu que dezenas de bebés, sobretudo de mães que vêm do meio rural regressam a casa sem o registo.
Segundo Delfina Jamba, durante o primeiro semestre do corrente ano, a unidade hospitalar realizou um total de 1.127 partos, dos quais 1.037 nados vivos e 90 nados mortos. No mesmo período, disse, foram realizadas 126 cesarianas, dez cortes de transmissão vertical e 31 mulheres morreram durante o parto.
Delfina Jamba considerou elevado o número de mortes, pelo facto de muitas mulheres recearem serem submetidas a testes do HIV/Sida e furtam-se às consultas pré-natais: “Algumas mulheres recorrem ao tratamento tradicional e outras insistem em realizar o parto em casa e só recorrem ao hospital em caso de complicações.No período em balanço, 2.379 mulheres foram consultadas no Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária (CATV). Destas 96, foram diagnosticadas com VIH/Sida e 2.283 deram negativo. O banco de urgência da Maternidade Provincial atendeu 4.647 mulheres nas especialidades de ginecologia e obstetrícia. Também 4.483 mulheres fizeram consultas pré-natal e 1.483 aderiram ao planeamento familiar. A directora da maternidade informou que o hospital atende, em média diária, 30 mulheres grávidas, mas disse que o aumento de gestantes nas consultas só foi possível graças ao trabalho desenvolvido pela comunicação social na sensibilizadas das mulheres para aderirem à consulta pré-natal, a partir do primeiro mês de gestação.
O Programa Alargado de Vacinação (PAV) vacinou, nos primeiros seis meses deste ano, 2.524 crianças contra a poliomielite, febre-amarela, sarampo e hepatite B em toda a extensão da província.
A Maternidade Provincial do Cuando Cubango tem 45 camas de internamento e é assegurada por quatro médicos, sendo dois angolanos, um cubano e um sul-coreano, além de 55 enfermeiros.
A unidade sanitária conta com serviços de consulta pré-natal, banco de urgência, planeamento familiar, programa alargado de vacinação, farmácia, laboratório, sala de parto, salas de internamento, lavandaria e uma cozinha.
Os serviços de estomatologia, raio X e neonatologia não funcionam na unidade sanitária por falta de equipamentos e de técnico especializado.
A grande preocupação de momento, segundo a responsável da unidade sanitária, está relacionada com a falta de ambulância, pois a único que existe não satisfaz as exigências actuais.