Jornal de Angola
O derby de ontem entre 1º de Agosto e Petro de Luanda, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, para acerto da 8ª jornada do Girabola 2018/19, marcou o início de uma campanha relacionada com o registo de crianças denominada “Paternidade Responsável - Eu Apoio”.
Promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em colaboração com os Ministérios da Juventude e Desportos e o da Justiça e dos Direitos Humanos, os capitães de ambas equipas, Da-ni Massunguna e Job disse-ram nas respectivas comunicações “registe já a sua criança - elas têm direito à paternidade”, perante um estádio com mais de 35 mil espectadores.
Na ocasião, o ministro da Justiça e Direitos Humanos, Francisco Queiroz, afirmou ser importante o desenvolvimento da campanha aliada aos desportistas, maioritariamente jovens, faixa etária onde se incide mais tal problemática. Em Dezembro passado, no lançamento de uma campanha de sensibilização, o ministro considerou a fuga à paterni-
dade “um grave proble-ma”, daí ter apelado aos pais para acompanhar as mulheres à maternida-de, de modo a facilitar o registo imediato da criança logo à nascença. “Também é importante que não se furtem ao dever de registar os filhos”.
Para o ministro, os casos de fuga à paternidade têm acontecido com frequência. “As mães vão para a maternidade, têm os filhos, mas, como muitos pais não comparecem, estas ficam com receio ou quase não conseguem mesmo registar a criança, mesmo tendo na maternidade todas condições para o fazer”.
Figuras dão o rosto
No que toca ao grupo de cidadãos que lideram o quadro da fuga à paternidade, o ministro disse que há uma relação na escolha das figuras que vão dar rosto à campanha. Destes, apontou os efectivos da Polícia Nacional, das Forças Armadas Angolanas, os taxistas, músicos, desportistas e outras figuras ligadas à vida artística, como os mais expostos.
“Este é um dos nossos maiores focos. Queremos que os jovens destes grupos referenciados e de outras franjas da sociedade sejam o nosso principal alvo. Queremos, com isso, fazer um trabalho intenso de sensibilização e esperamos que tenhamos bons resultados, porque a criança precisa ter os direitos salvaguardados”, disse o ministro Francisco Queiroz.
Apelos às famílias
O Ministério da Família e Promoção da Mulher adoptou uma política que incide no combate à fuga à paternidade. Segundo estudos, a perda de valores morais por parte de certos progenitores tem sido a causa de muitos casos de fuga à paternidade registados no país, segundo estudos.