Luanda - O secretário de Estado para os Direitos Humanos, António Bento Bembe, afirmou nesta quinta-feira, em Luanda, que na actualidade é quase unânime o reconhecimento de que o respeito dos Direitos Humanos é essencial para o estabelecimento da paz, do desenvolvimento e da democracia.
O responsável discursava na sessão de abertura do debate público sobre o relatório do Estado angolano que será apresentado ao Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, a respeito dos direitos civis e políticos referentes aos anos de 2013 a 2017.
Bento Bembe referiu que desde a sua criação em 1945, as Nações Unidas têm supervisionado a codificação dos Direitos Humanos, esforçando-se por transferi-los da esfera da orientação política à da obrigatoriedade jurídica.
Reconhece que a responsabilidade primordial para a promoção e protecção dos direitos humanos recai sobre os sstados membros.
Com vista a fortalecer os Direitos Humanos a nível nacional, a ONU ampliou consideravelmente a sua intervenção nesta matéria.
De acordo com Bento Bembe, o fortalecimento dos instrumentos internacionais dos Direitos Humanos e a crescente responsabilidade assumida pelos estados membros são passos decisivos para aplicação eficaz das normas e para criar uma cultura mundial de Direitos Humanos.
“Os direitos civis refere-se às liberdades individuais, como o direito de ir e vir, de dispor do próprio corpo, o direito à vida, à liberdade de expressão, à propriedade, à igualdade perante a lei, a não ser julgado fora de um processo regular, a não ter o lar violado”, explicou.
Reforçou que os direitos e as liberdades políticas referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade, ou seja, à participação no poder.
Bento Bembe realçou que este pressuposto diz respeito às possibilidades que as pessoas têm de decidir quem e segundo que princípios deve governar.
Inclui igualmente a possibilidade de vigiar e criticar as autoridades, de gozar da liberdade de expressão política e de imprensa sem censura prévia, de escolher entre diferentes partidos políticos.
Para o responsável, o exercício de direitos e liberdades confere legitimidade à organização política da sociedade, uma vez que ele relaciona o compromisso de pessoas e grupos com o funcionamento e os destinos da vida colectiva.
Frisou que o sucesso de uma sociedade deve ser avaliada pelos direitos e pelas liberdades concretas de que gozam os seus membros.
“Pessoas sem liberdades políticas ou direitos cívicos estão privadas de liberdades importantes para construção das suas vidas e vêm recusada a oportunidade de participarem em decisões cruciais respeitantes a vida pública”, realçou.
Na acção com duração de um dia estão a ser debatidas questões relacionadas com a situação dos Direitos Humanos civis e políticos em Angola: a visão das instituições publicas, a situação dos direitos civis e políticos em Angola: a visão das organizações da sociedade civil.
O debate visa fortalecer a capacidade técnica das instituições que trabalham na promoção e protecção dos Direitos Humanos, particularmente na recolha de informações para elaboração do Relatório de Estado.
Promover os mecanismos de defesa dos direitos civis e políticos, divulgar e analisar as recomendações do Comité de Direitos Humanos, fortalecer as capacidades técnicas dos membros da Sociedade civil, são outros os objectivos do encontro.