O Relatório Anual da Organização Internacional Human Rights Watch destaca avanços em matéria de Direitos Humanos em Angola no ano 2019, especificamente no que diz respeito â liberdade de expressão e manifestação e reunião pacífica. Outro dos destaques positivos do Relatório é a despenalização da criminalização com base na orientação sexual no novo Código Penal.
Human Rights Watch ressalta ainda a importância do papel de Angola na região. Em 2019, Angola assumiu a liderança de dois importantes órgãos de defesa regionais, a Inspecção de Defesa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Conselho de Paz e Segurança da União Africana. Ambos os órgãos têm a tarefa de promover a segurança, paz e estabilidade.
O Relatório também destaca que o Secretário de Estado dos Estados Unidos de América, Michael Pompeo, saudou as reformas que o Presidente João Lourenço implementou desde que assumiu o cargo em 2017 e que a União Europeia saudou a ratificação por Angola de três tratados internacionais de direitos humanos: o Segundo Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, com o objetivo de abolir a pena de morte, a Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
No informe analisam-se algumas questões que a HRW considera preocupantes, principalmente nas províncias de Cabinda e a Lunda Norte, das quais já há processos investigativos e/ou judiciares em curso. Quanto ao Direito de Manifestação, pese ao destaque dos avanços devido ao maior número de manifestações pacificas celebradas, o Relatório de Human Rigths Whatch também informa de algumas situações de conflito entre os manifestantes e as forças de segurança, todas elas investigadas e, no caso de excessos, os responsáveis são responsabilizados. No âmbito da Liberdade de Religião, a Organização Internacional considera que permanecem algumas limitações pese a aprovação da Lei sobre Liberdade de Religião, Crença e Culto por enquanto, o Executivo da República de Angola tem estado a trabalhar no processo de normalização do fenómeno religioso. O Direito â Habitação e a persistência de minas terrestres são também analisados no relatório.
O Relatório 2020 de Human Rigths Watch não é único informe que destaca os progressos em Angola em matéria de Direitos Humanos, assim, no ano 2019 Angola subiu 12 lugares no ranking de Liberdade de Expressão de Repórter Sem Fronteiras, e quatro no relatório da Freedom House sobre Liberdades Fundamentais no mundo, num contexto no que a nível global, a maioria dos países estão em retrocesso.
Estes avanços enquadram-se no âmbito da implementação do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 e da Estratégia Nacional dos Direitos Humanos, responsabilidade do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.